Segunda cirurgia de transplante de rim de porco geneticamente modificado é realizada nos EUA

O paciente que passou pelo segundo transplante de rim de porco nos EUA, passa bem e já recebeu alta. - Foto: Kate Flock/MGH Photography

Um novo marco na medicina foi alcançado com a segunda cirurgia de transplante de rim de porco geneticamente modificado em um ser humano. O paciente está bem.

Tim Andrews, um americano de 66 anos, recebeu o órgão no Massachusetts General Hospital no último dia 25 de janeiro. O procedimento faz parte de um estudo pioneiro autorizado pela FDA (Food and Drug Administration).

Diagnosticado com doença renal em estágio terminal, Tim fazia diálise há mais de dois anos. As chances de conseguir um rim humano eram baixíssimas. “Ele [o rim] oferece uma solução muito superior à diálise”, disse Leonard Riella, diretor médico de transplantes renais do hospital.

Sem rejeição

Os médicos afirmaram que o rim está funcionando bem e produz urina normalmente.

Tim recebeu alta e segue sob monitoramento em Boston antes de voltar para casa.

Para evitar a rejeição do órgão, a empresa responsável, a eGenesis, utilizou técnicas avançadas de edição genética.

O órgão passou por alterações que removeram três proteínas suínas e adicionaram sete genes humanos.

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Medicamento experimental

Além do rim, o paciente também recebeu um medicamento experimental chamado Tegoprubart, desenvolvido pela Eledon Pharmaceuticals.

O medicamento ajuda a suprimir seu sistema imunológico, aumentando as chances de aceitação do novo órgão.

O mesmo tratamento foi utilizado em Richard Slayman, o primeiro paciente a receber um rim de porco modificado em 2024.

Apesar de ter se recuperado bem da cirurgia, Slayman faleceu dois meses depois devido a razões não relacionadas ao transplante.

Estudos futuros

Diferentemente de Slayman, que estava em estágio mais avançado, Tim tem um sistema cardiovascular mais forte. Os médicos acreditam que isso pode contribuir, no longo prazo, para um melhor resultado.

Os especialistas esperam que o procedimento possa fornecer novas informações sobre quem são os melhores candidatos para futuros xenotransplantes.

A FDA já autorizou testes mais amplos envolvendo rins de porco modificados.

A empresa United Therapeutics planeja iniciar um estudo com 50 pacientes nos próximos meses, caso os pacientes apresentem bons resultados após 12 semanas.

No meio científico, acredita-se que os xenotransplantes podem eliminar a escassez de órgãos como um obstáculo para novos transplantes.

A equipe médica responsável considerou a cirurgia um sucesso. - Foto: Kate Flock/MGH Photography A equipe médica responsável considerou a cirurgia um sucesso. – Foto: Kate Flock/MGH Photography

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